Não tem muito tempo, em setembro de 2016, o Brasil comemorava a erradicação do sarampo em todo seu território, por conta das boas taxas de vacinação. Agora, a doença voltou a preocupar a população e o governo brasileiro. Os surtos recentes fizeram o Brasil perder o certificado concedido pela Organização Pan-americana de Saúde (Opas) de país livre do sarampo. Isso se deu justamente porque as taxas de imunização caíram, ou seja, baixou-se a guarda. Assim, com menos gente protegida, o sarampo voltou a ser uma ameaça à saúde pública do Brasil, com 3.339 casos confirmados desde junho, quando um novo surto da doença teve início. O boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, publicado dia 13 de setembro, informava que 16 estados registraram surto ativo de sarampo. Em 90 dias foram notificados 24.011 casos suspeitos, a maioria (97,5%) em São Paulo, onde ocorreram três das quatro mortes confirmadas (duas crianças e um adulto). A outra, uma criança, foi em Pernambuco. No Rio de Janeiro, foram registrados 18 casos.
A forma mais eficaz de combater a doença continua sendo a vacina tríplice viral, que além do sarampo, imuniza contra a caxumba e a rubéola. As crianças são as mais suscetíveis às complicações e mortes por sarampo. E, mesmo assim, segundo o Ministério da Saúde, apenas 78,15% das crianças de um ano de idade de São Paulo haviam tomado a primeira dose da vacina e 65,71% a segunda (o ideal é que 95% da população tenha sido vacinada com as duas doses). Por isso, o governo federal orientou que todos os bebês entre seis meses e menos de um ano devem tomar uma “dose extra” da vacina. Em São Paulo, a imunização também é indicada para jovens entre 15 e 29 anos, pois entre os casos confirmados, quase a metade ocorreu nesta faixa etária, de pessoas nascidas antes de 2004, quando se iniciou a segunda dose da vacina. Além disso, a recomendação é que todos sigam o Calendário Nacional de Vacinação, que indica a imunização contra o sarampo, em todo o País, na rede pública, para pessoas até 49 anos.
Sobre o sarampo:
Sintomas: Os sintomas iniciais apresentados pelo doente são: febre acompanhada de tosse persistente, irritação ocular, coriza, congestão nasal e mal-estar intenso. Após estes sintomas, há o aparecimento de manchas avermelhadas no rosto, que progridem em direção ao tronco e pés, com duração mínima de três dias. A doença pode ser grave, atingindo o sistema nervoso central e podendo gerar infecções secundárias, como pneumonia, e levar à morte. As complicações atingem mais gravemente os: desnutridos, recém-nascidos, crianças com idade de 2 a 5 anos, gestantes e pessoas portadoras de imunodeficiências.
Transmissão: A transmissão ocorre diretamente, de pessoa para pessoa, geralmente por tosse, espirro, fala ou respiração. Além de secreções respiratórias ou da boca, também é possível se contaminar através da dispersão de gotículas com partículas virais no ar, que podem perdurar por tempo relativamente longo no ambiente, especialmente em locais fechados, como escolas, shoppings e clínicas. A doença é transmitida na fase em que a pessoa apresenta febre alta, mal-estar, coriza, irritação ocular, tosse e falta de apetite, e dura até quatro dias após o aparecimento das manchas vermelhas.
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