O Grupo JAL contratou a empresa de pesquisa “Ulrich Pesquisa e Marketing”, entre agosto e setembro passados, com o objetivo de identificar os principais problemas nos trajetos das cinco áreas de atuação da empresa.
A primeira parte da pesquisa foi realizada com 40 colaboradores em grupos de foco para abordar os temas que seriam trabalhados na construção do questionário quantitativo para cerca de 300 entrevistados.
Os motoristas e cobradores relataram seu cotidiano e as dificuldades enfrentadas, como precariedade das vias e dos bairros, violência, falta de sinalização e transporte irregular.
Entre os cerca de 300 entrevistados, 71% destacaram a insegurança como principal preocupação – 50% têm medo de assalto, 32% de tiroteios e 7% têm medo de ter seu ônibus incendiado e dos desvios causados por criminosos. Com base no relato dos colaboradores, os locais considerados mais perigosos são: Vila Pauline (Belford Roxo), Praça Santa Marta (Belford Roxo), Mangueirinha (Duque de Caxias), ponto final da Pavuna, Morro da Pedreira, Avenida Brasil e Avenida Presidente Dutra.
As condições precárias das vias e a infraestrutura de trânsito foram reprovadas por 81% dos participantes, que sinalizaram regular, ruim ou péssima a pavimentação, o calçamento e o acostamento das vias públicas.
Os principais temas abordados na pesquisa foram os seguintes:
Infraestrutura precária afeta qualidade do transporte
Chuvas e inundações lideram a lista de problemas das vias públicas, de acordo com 47% dos entrevistados. Em seguida, com 29% das citações, cada um, aparecem as obras, interrupções e desvios no trânsito; e a pavimentação e o calçamento de ruas e avenidas.
Transporte alternativo desafia fiscalização
O transporte alternativo de passageiros é outro ponto de destaque na pesquisa. Além do alto volume de vans, kombis e mototáxis circulando nas vias públicas, geralmente em condições precárias, a categoria se queixa que esses veículos costumam ocupar o lugar dos ônibus nas pistas, baias e pontos de embarque de passageiros, causando congestionamentos.
Também são frequentes as reclamações sobre desrespeito às leis de trânsito, imprudência e direção perigosa. E 1 em cada 5 motoristas relatou já ter sofrido ameaças verbais ou físicas por parte de condutores de veículos do transporte alternativo.
Carros demais e estacionamento fora da lei
As principais causas de engarrafamentos, segundo os participantes da pesquisa, são o estacionamento ilegal de carros de passeio, apontado por 42% dos entrevistados, e o excesso de veículos nas vias, apontado por 35%.
Pontos de ônibus e a segurança são reprovados
A infraestrutura dos pontos de ônibus é criticada por 71% dos entrevistados. Em geral, os pontos negativos são iluminação, conservação, limpeza e cobertura contra sol e chuva. Mas é o policiamento que mais chama atenção, considerado insuficiente por 91% dos entrevistados.
Relacionamento com passageiros
Embora os clientes sejam o segundo ponto que mais agrada motoristas e colaboradores, com 24% das citações (atrás apenas do itinerário, destacado por 25%), o relacionamento com clientes é também fonte de incômodo.
De acordo com a categoria, as principais fontes de atrito com passageiros são a tentativa de gratuidade para crianças acima de 5 anos (29%), os pedidos para embarcar e desembarcar fora dos pontos (27%) e estudantes sem o cartão RioCard (25%). Também merece destaque a tentativa de gratuidade antes dos 65 anos, citada por 22% dos entrevistados.
“Pelo olhar dos nossos colaboradores, é possível termos um diagnóstico de mobilidade e segurança urbana bem próximo da realidade. Isso ajuda não apenas a ajustar nossa operação diária, para dar mais segurança aos nossos colaboradores e clientes, mas também abre uma oportunidade de ampliar o diálogo construtivo com o poder público”, afirma Cristina Gullo, responsável pela Comunicação do Grupo JAL.
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